-Os probióticos são micro-organismos vivos que, quando ingeridos, atuam sobre o equilíbrio bacteriano intestinal, controlando os quadros de constipação e diarreia, além de ajudar a reduzir o risco de câncer. Ao serem ingeridos, eles vão para o intestino e se integram à flora já existente, sem se fixarem, mas auxiliando o trabalho de absorção de nutrientes como cálcio, ferro e vitaminas do complexo B, além de facilitar a digestão da lactose. Os leites fermentados e os iogurtes estão entre as principais fontes de probióticos.
A hipótese levantada pelo endocrinologista canadense Angelo Tremblay, um dos autores da pesquisa, é que os probióticos atuam na alteração da permeabilidade intestinal, ao impedir que determinadas moléculas pró-inflamatórias passem para a corrente sanguínea. Assim, eles podem ajudar a prevenir a reação em cadeia ocorrida no organismo, que leva à intolerância à glicose, à obesidade e ao diabetes tipo 2.
-O especialista lembra que o estudo utilizou apenas a cepa de Lactobacillus rhamnosus, mas é possível que outros probióticos encontrados em produtos lácteos tenham efeito similar. Ele ressalta, porém, que essas bactérias tendem a beneficiar mais pessoas que mantêm uma alimentação saudável, com baixo teor de gordura e ingestão de fibras adequada.
-Tremblay é professor do Departamento de Medicina Preventiva
e Social da Universidade de Laval, em Quebec, no Canadá, e mantém um centro de pesquisas sobre a genética da obesidade, que inclui estudos sobre os riscos ambientais e o balanço energético envolvido na doença. O especialista atua na área desde 1977. Em seus estudos, Tremblay pôde documentar os marcadores genéticos e ambientais capazes de predizer o risco de obesidade e a hierarquia de importância desses fatores. Ele comprovou que curta duração do sono, baixa ingestão de cálcio, falta de atividade física vigorosa, baixa ingestão de vitaminas, dieta rica em gordura e alto consumo de álcool são importantes fatores ambientais, em termos de revisibilidade de excesso de peso.