Obesidade Infantil é um tema extremamente relevante na atualidade. Dados do Ministério da Saúde no Brasil indicam que uma a cada 3 crianças de 5 a 9 anos está acima do peso.
Para se ter uma ideia da dimensão deste problema no mundo, um artigo de 2005 do New England Journal of Medicine (um dos mais respeitados periódicos médicos de artigos científicos do mundo) chegou a afirmar que esta geração atual de pessoas pode ser a primeira a viver menos que seus pais, principalmente pelas doenças e complicações que acompanham a Obesidade Infantil. A Síndrome Metabólica associada à obesidade é caracterizada por um conjunto de fatores de risco metabólico, que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes.
Quais seriam algumas destas doenças e complicações?
– Padrão de alimentação da infância tem tendência a se manter na adolescência e vida adulta (tornando os riscos perenes e que se acumulam)
– Bullying, com redução da auto-estima com redução do desempenho escolar
– Riscos cardiovasculares (Infartos, Derrames, Tromboses, etc…)
– Hipertensão, Diabetes
– Diversos tipos de câncer (intestino, esofágico, pâncreas, etc…)
– Sobrecargas nas articulações
– Apneia do sono
– Alterações menstruais e infertilidade
– Esteatose hepática (gordura no fígado)
Atuando cedo, podemos prevenir estas e outras doenças. Infelizmente, este não é um processo fácil, e é de extrema necessidade realizar um acompanhamento multidisciplinar para a correção deste problema. Cada criança – e cada família, principalmente – tem seus pontos mais críticos a serem mudados, seja na organização dos horários de alimentação, no que é comprado no mercado, nos hábitos que os pais podem estar repassando aos filhos, nos longos períodos que as crianças passam em frente a telas, como computadores, videogames e tablets. São muitos os pontos em que uma boa equipe pode ajudar para se alcançar uma melhor qualidade de vida.
Sugiro um excelente documentário brasileiro: “Muito além do peso” que aborda essa problemática com propriedade e deveria ser assistido por todos, pais e filhos.
Link documentário:
https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4
Fonte: artigo NEJM: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMsr043743