Perda de peso.

Perda de peso e reganho: “é a força da fisiologia, não a força da vontade”

Um grupo de pesquisadores apresentou no ObesityWeek 2016, um estudo que tentou calcular o quanto a fome aumenta a cada quilo de peso que perdemos. Não é um estudo fácil de se fazer, por envolver muitas variáveis, e eles usaram como modelo uma medicação antidiabética que elimina, pelos rins e um pouco pelo intestino, uma quantidade de glicose do nosso corpo: a canagliflozina.

Fazendo cálculos matemáticos de quanto as pessoas de fato perdem usando a medicação e o quanto deveriam perder baseado no que perdem de glicose na urina, os pesquisadores chegaram a um número: a cada quilo perdido, o hipotálamo aumentava o apetite, levando as pessoas a comer 100 kcal a mais.

É um dado interessante, que ainda precisa ser replicado, mas explica porque é tão difícil perder peso com dieta e mantê-lo. O hipotálamo aumenta a fome e reduz a saciedade e tenta te levar novamente ao peso anterior, o chamado “set point cerebral”. Esse fato se associa à queda fisiológica do metabolismo basal que também sabidamente acontece após o emagrecimento.

O interessante desse estudo é que as pessoas não tinham mais fome porque comiam menos. Elas tinham mais fome porque o organismo estava perdendo glicose na urina. Isso explicaria também porque quanto maior peso perdido mais as pessoas se queixam de fome. Quando se usa medicações que reduzem o apetite ou aumentam a saciedade, o efeito do hipotálamo é mascarado, ou contrabalanceado.
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Porém, obviamente, se você deixa de usar uma medicação, você vai perder esse efeito. Caso você tivesse perdido o mesmo peso de outra maneira, sem medicação, a fome seria a mesma; o que decide a fome não é o meio que você chegou até aquele peso; e sim o quanto de peso você perdeu. Como diz Ted Kyle, especialista em obesidade, no seu blog ConscienHealth: “este estudo fornece mais um vislumbre da bela e poderosa fisiologia que regula o peso corporal e o equilíbrio energético. É a força da fisiologia, não a força de vontade.”


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