Alzheimer e Diabetes

A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela perda de memória e prejuízo de múltiplas funções cognitivas por lesão de alguns neurônios cerebrais. Existem estudos que mostram que a perda neuronal pode contribuir para a diminuição de 20-30% da perda de peso cerebral em pacientes portadores de DA.

Muitos estudos têm sido publicados mostrando que a Doença de Alzheimer (DA) representa fundamentalmente uma doença metabólica com prejuízo na produção energética e utilização da glicose pelo cérebro, ou seja, indivíduos que apresentam intolerância à glicose, deficiência na secreção de insulina ou diabetes mellitus tipo 2 possuem risco significantemente maior para o desenvolvimento de DA, uma vez que a resistência periférica à insulina apresenta-se como um fator desencadeante para a sua resistência cerebral.

A terminologia “diabetes de tipo 3” foi introduzida em 2005 pela pesquisadora Suzanne de La Monte, cujo grupo de pesquisa examinou o tecido cerebral de pacientes com DA que vieram a óbito, observando que a patologia demonstra elementos dos diabetes de tipo 1 e 2, ou seja, além da diminuição na produção de insulina, é também observada a resistência dos receptores da insulina, sugerindo que a DA pode ser uma doença neuroendócrina associada à sinalização deste hormônio.

Com todas essas evidências, torna-se claro como a dieta ocidental, caracterizada pelo alto consumo de alimentos processados com baixo aporte de nutrientes essenciais para o Sistema Nervoso Central (SNC) e suas funções metabólicas, pode comprometer o correto funcionamento do cérebro e predispor a doenças neurológicas como a demência.

Os alimentos processados e ultra processados são aqueles produzidos basicamente com a adição de muitos ingredientes como sal, açúcar, óleos, gorduras, proteínas de soja, do leite, extratos de carne, além de substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e de outras fontes orgânicas como petróleo e carvão. Assim, tais alimentos têm prazo de validade maior, alteração de cor, sabor, aroma e textura. Entre os exemplos desses alimentos, temos conservas de alimentos em salmoura, frutas preservadas em açúcar, carnes salgadas ou defumadas, queijos e pães, biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes e macarrão “instantâneo”, dentre outros tantos, que infelizmente atualmente passaram a fazer parte da alimentação diária de muitas famílias.

O aumento do estresse oxidativo é uma constante na DA, influenciando a sinalização insulínica, o acúmulo da proteína β-A, disfunção mitocondrial, inflamação e acúmulo de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio. Neste cenário, é reportado que a redução do estresse oxidativo no cérebro através do aporte de nutrientes antioxidantes, anti-inflamatórios, carreadores de radicais livres e queladores de metais de transição é uma arma útil na supressão da progressão da DA. A suplementação de alguns nutrientes e compostos como ácido alfa-lipoico, picolinato de cromo, vitamina E, resveratrol, epigalocatequina galato, curcumina e ômega 3 pode auxiliar muito nestes casos.


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